agora há apenas o vácuo
a ausência no jardim
de uma flor comum
entre tantas
invisíveis
perecíveis
ao invencível sopro
do tempo
desprendeu-se do caule
antes de completar o seu florir
partiu no ar
etérea
ignorada
seu sangue de flor
silenciou a raiz
em telúrica cicatriz
nenhuma mão quis acolhê-la
nenhum vaso quis
preencher sua primavera
Solange Amorim
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