LIBERDADE, SONHO E POESIA
Há vozes que se calam
na contramão da vida
no quarto vazio
nos anseios esquecidos
Há silêncio no olhar perdido
nos pensamentos feridos
nos corações amargos
nas mãos recolhidas
Há ignorância em excesso
na prisão perpétua
do conhecimento furtado
da memória negada
Há violência roubando a vida
disparando o medo
manchando a terra
de sangue e de vergonha
Há apelo e angústia
no peito rompido pela dor
no olhar indecifrável
da miséria e da fome
Há ódio jorrando
das frases silenciadas
das palavras cansadas
das prisões do egoísmo
Há maldade sobrando
no vazio da alma
nas armadilhas da noite
nas sombras do dia
Há sonhos abandonados
na terra adormecida
nas manhãs proibidas
no futuro retido
Mas há sombras que
do fundo do poço retornam
Há mãos que fazem brotar do chão
o grão seco que se torna pão
Há liberdade nos gritos
que pela cidade ecoam
Há desejos insaciados
convertidos em luta
Há sonhos forjados
no cerne da alma
sonhos que constroem
e reconstroem o verso
Há poesia vertendo do canto daqueles
que arrombam a porta da alma
e em todos os homens
semeam a esperança
Sonia Regina Bischain
1 comentários:
Belíssimo!
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