Esperemos
Eu ia fazer um poema para você
Mas me falaram das crueldades
Nas colônias inglesas
e o poema não saiu
ia falar do seu corpo
de suas mãos
amada
quando soube
que a polícia espancou um companheiro
E o poema não saiu
E o poema não saiu
Ia falar em canções
no belo da natureza
nos jardins
nas flores
quando falaram-me em guerra
e o poema não saiu
perdão amada
por não ter construído o seu poema
amanhã esse poema sairá
esperemos.
Solano Trindade
3 comentários:
Forte e real.Mas, a dor da perda ou da guerra não pode abafar um poema.Quando a poesia acabar por causa da dor ou da guerra ai acabou-se tudo.Eu aindo acredito na força do poema.É o que sai de dentro de nós.É o mais profundo sentimento expresso numa folha de papel.
Eu,ainda acredito na força de um poema.Quando eu deixar de acreditar é porque o meu fim chegou.
Eu sou apaixonada por esse poema, há muito também o publiquei em meu blog!!! Eu tenho certeza que "amanhã esse poema sairá" nenhuma luta é vã!!!
Não há destino em vão, nem contratempo que o tempo não resolva. O poema não morreu, só mudou de destino, quando apontava pro amor, apareceu a guerra, quando apontava pro amor, apareceu a fome, mas ele não se desaponta e acredita no amanhã... Esperemos
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