Quando me olho no espelho
me vejo África.
Quando olho pra minha terra,
me vejo gente.
Quando olho para o céu sem limites,
me vejo latinoamericano,
e reconheço a minha história.
Reconheço e identifico minha história.
As páginas do meu corpo,
são pergaminhos cujas letras
se escrevem com sorrisos, lágrimas e cicatrizes.
se escrevem com vida.
Quando duas atmosferas se encontram,
reconhecem-se.
Como a Lua e o Sol
e como o Mar e a Terra, se namoram.
Quando estudamos,
pele com pele, corpo com corpo,
nos reconhecemos,
não pela coloração dos olhos
mas pela modulação do corpo.
Quando conheço a poesia e meu corpo
É que me amo, é que te amo.
Não me perco nas águas narcisistas,
porque a beleza é um ponto e vista.
Por que tudo faz parte de uma equação
Como a Arvore e a Terra: são diferentes e se completam .
Desculpe-me por não aceitar
só beleza europeia e norte americana.
Quando as caravelas aportaram nessas terras
não trouxeram gente, trouxeram ritmo.
Por isso que amo ser bicho vira-lata,
mameluco-sarará-crioulo-doido.
E enquanto você fecha os olhos
vendo patinho feio sem olhos azuis
Eu os abro, vendo o cisne que sou.
poesia de: Luan Luando
0 comentários:
Postar um comentário