A vaidade condiz,
nela propicio meu precipício em princípios,
a primeira mão como a última a aplaudir.
Desaprendi maneiras: educada longa busca,
a arte de expor o sexo alheio aos meus olhos,
e devorar receios nas noites em que os brilhos cegam,
cospem, maltratam.
Quisera ter sido, procurar ou procurando,
nesga de presença que se afasta,
e eu, encostado à parede, com o peito a descoberto.
Se me perguntam com qual cor pintar o corpo,
hei de perceber os dedos intactos,
carne imaculada na multiplicidade de tintas,
orgulho contra paredes em branco,
terreno erguido para que o ator seja homem,
e eu intérprete.
Enquanto estamos de frente,
do alto de um prédio ou do chão trilha passageira,
sussurro a favor do desejo,
mas a resposta são as cabines do banheiro superlotadas.
Chorar no teu ombro sob influência das drogas,
lembrar do que é quadrado: a cama,
a vigésima sexta lua do divórcio,
afinal quem insiste educa uma perda,
protege em silêncio o signo de Capricórnio.
Antônio LaCarne escreve poemas & contos. Assina o blog: http://antoniolacarne.wordpress.com
Poema recebido no email do correspondência, correspondenciapoetica2010gmail.com .
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