Coletivo
Acordo,
Ainda na asa do sonho
O corpo mecânico
Liga o chuveiro
E é o meu sono que vai pelo ralo.
Já desperto, mas não consciente
Acelero o passo
Num compasso alegro
Meu corpo nem branco, nem negro
Pardo pelas ruas.
O trabalho me espreita
O patrão me espera
O primeiro ônibus rejeita
O segundo acelera
O terceiro passa lotado
Mas no quarto eu entro
Nem que seja apertado
Peço licença
Pra entrar no enlatado
E já na malemolência desconjuntada
Do bi-articulado
Eu rolo a catraca
E é o meu suor que vai pelo ralo
Desfeito no grande embolo
Somos farinha da mesma massa.
Somos um grande coletivo
Aflito com a hora que passa
E com o dinheiro que não regressa.
O engarrafamento
Retarda a pressa
Acelera a impaciência
O correr do tempo
Desenha minha sentença
Na cara-carranca do patrão exaltado
O salário será descontado
Terei que pedir emprestado
Sem saber como pagar
E é minha saúde que vai pelo ralo
Ainda alado
Enlaçado com a imaginação
Desfaço a carranca do patrão
E o coloco ao meu lado
No busão lotado.
Será que ele viraria gente
E esqueceria seu sangue europeu?
Será que seria como eu
Longe de seu papel de presidente?
Mas existe um papel social
Que nos mantém separados
Ele na poltrona dele
E eu no busão amassado
E é meu orgulho que vai pelo ralo.
Chego no ponto
Ainda apressado
Peço licença pra sair do enlatado
Penso em acelerar o passo
E me contenho
Num compasso moderato
Cansado da rotina
Desgarro-me do contrato
Acendo um cigarro
E deixo fluir o passar da hora
Sem arrependimento ou aflição
E é a minha vida que transborda
E vai pro ralo meu patrão.
O corpo mecânico
Liga o chuveiro
E é o meu sono que vai pelo ralo.
Já desperto, mas não consciente
Acelero o passo
Num compasso alegro
Meu corpo nem branco, nem negro
Pardo pelas ruas.
O trabalho me espreita
O patrão me espera
O primeiro ônibus rejeita
O segundo acelera
O terceiro passa lotado
Mas no quarto eu entro
Nem que seja apertado
Peço licença
Pra entrar no enlatado
E já na malemolência desconjuntada
Do bi-articulado
Eu rolo a catraca
E é o meu suor que vai pelo ralo
Desfeito no grande embolo
Somos farinha da mesma massa.
Somos um grande coletivo
Aflito com a hora que passa
E com o dinheiro que não regressa.
O engarrafamento
Retarda a pressa
Acelera a impaciência
O correr do tempo
Desenha minha sentença
Na cara-carranca do patrão exaltado
O salário será descontado
Terei que pedir emprestado
Sem saber como pagar
E é minha saúde que vai pelo ralo
Ainda alado
Enlaçado com a imaginação
Desfaço a carranca do patrão
E o coloco ao meu lado
No busão lotado.
Será que ele viraria gente
E esqueceria seu sangue europeu?
Será que seria como eu
Longe de seu papel de presidente?
Mas existe um papel social
Que nos mantém separados
Ele na poltrona dele
E eu no busão amassado
E é meu orgulho que vai pelo ralo.
Chego no ponto
Ainda apressado
Peço licença pra sair do enlatado
Penso em acelerar o passo
E me contenho
Num compasso moderato
Cansado da rotina
Desgarro-me do contrato
Acendo um cigarro
E deixo fluir o passar da hora
Sem arrependimento ou aflição
E é a minha vida que transborda
E vai pro ralo meu patrão.
0 comentários:
Postar um comentário