Correspondência Poética: Funeral

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Funeral

Um banana. Batuta? que nada, ô. Bastou, o pai a mãe: tá! O afroxar do cabresto, num sabe? Imagine, o bicho saiu em disparada, galopando, babando e relinchando. Primeiro pela praça, feito como cão que cheira e mija, demarca. Uma graça. Depois pelas ruas de ladrilho, tropeçando caindo ralando marcando de sangue todo caminho. Até que deu na rua do seu Lazaro. Naquela construção, isso mesmo. Pois bem, meu amigo. Invadiu. Subiu até o topo, deu na laje. Pulou pulou e pulou, pulou mais um pouco, e como pulava e gargalhava, sorria entre soluços. Riu pra praça lá embaixo, acenou pro pai e pra mãe - pra mãe que não sorria, mas que respondia acenando -.
A vida é mesmo pouco, muito, muito pouco. Vejá só. O bicho sei lá como é que se enroscou tropeçou, mas caiu, é... caiu de papo, estirado, durinho da silva numa ponta de ferro, que deu no papo do bicho, abrindo caminho, dando na testa, fodendo-lhe o rosto todinho.

Ah mas se isso num é lá jeito de morrer, morreu, taí encaixotado o bichinho menino.

0 comentários:

Postar um comentário