Correspondência Poética: FÊNIX DIVISADA

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

FÊNIX DIVISADA

Um camaleão cego muda também de cor,
porque a sobrevivência é algo de pele.
Um cão resiste à fome por oito dias,
porque a sobrevivência é algo de pelo.
Um felino amarga uma quinzena sem presa,
porque a sobrevivência é algo de garra.
Uma ave aguarda semanas o esgotar da chuva,
porque a sobrevivência é algo de pena.
Um peixe se molda a todo sal do planeta,
porque a sobrevivência é algo de brânquia.
Um camelo sorve a água depois do deserto,
porque a sobrevivência é algo de boca.
Um morcego se esconde no fundo do escuro,
porque a sobrevivência é algo de sangue.
Um urso entra em transe no gelo dos polos,
porque a sobrevivência é algo de espera.
Um homem se reinventa por sob os escombros,
porque a sobrevivência é algo de eterno.

(Anderson de Oliveira-03-07-12 Belo Horizonte-MG)
 
andersonoliveira2002@yahoo.com.br

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