Correspondência Poética: POEMA

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

POEMA

LIBERDADE, SONHO E POESIA

Há vozes que se calam
na contramão da vida
no quarto vazio
nos anseios esquecidos

Há silêncio no olhar perdido
nos pensamentos feridos
nos corações amargos
nas mãos recolhidas

Há ignorância em excesso
na prisão perpétua
do conhecimento furtado
da memória negada

Há violência roubando a vida
disparando o medo
manchando a terra
de sangue e de vergonha

Há apelo e angústia
no peito rompido pela dor
no olhar indecifrável
da miséria e da fome

Há ódio jorrando
das frases silenciadas
das palavras cansadas
das prisões do egoísmo

Há maldade sobrando
no vazio da alma
nas armadilhas da noite
nas sombras do dia

Há sonhos abandonados
na terra adormecida
nas manhãs proibidas
no futuro retido

Mas há sombras que
do fundo do poço retornam
Há mãos que fazem brotar do chão
o grão seco que se torna pão

Há liberdade nos gritos
que pela cidade ecoam
Há desejos insaciados
convertidos em luta

Há sonhos forjados
no cerne da alma
sonhos que constroem
e reconstroem o verso

Há poesia vertendo do canto daqueles
que arrombam a porta da alma
e em todos os homens
semeam a esperança

Sonia Regina Bischain

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