Correspondência Poética: Além dos Aléns

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Além dos Aléns

Entre as frestas da janela de ferro e as de vidro, sonho com o céu lá de fora.

Para uns Céu é um Buraco que não conseguiram fechar.

Para outros é a imagem vendida de liberdade, para esses velhos escravos libertos que ainda vivem e respiram nessa terra: “
Caímos horas, dias meses, anos e séculos.
E ainda eu, Escrava liberta estampada nos outdoors da Marginal, Paulista, estradas, ruas, Becos, no escadão das rosas, nas Vielas sem nome de uma periferia represada, reprimida, suja, liberta e escrava nas capas de projeto, livros e discursos.

Cá estamos senhores, na beira do buraco, na beira da represa, na beira do mundo

Tudo aqui é lama, terra molhada da chuva, madeira que apodrece com o suor do escravo, da geração pra vida, leis de viver foram estabelecidas, e estabelecidas foram vidas, pessoas e famílias, estabelecidas na beira. Na beira da represa, na beira do buraco, na beira do mundo.

Na beira do mundo gritando por permanência, prudência e coerência. Entre todas as ocorrências gravadas e esquecidas, estamos a Beira.



E além dos aléns que ainda não enxergamos por estarmos com lama no rosto, e estampados nas, Marginais, e Vielas, com as feridas expostas ao vento em editais e diários oficiais. Vamos levando a vida.

Por que o mundo continua meus senhores. E nós também
 

Tatiana monte


2 comentários:

Anônimo disse...

Muito obrigada!
Axé

Correspondencia Poetica disse...

Tamo junto, manda poesia pra gente!
Axé!

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